terça-feira, 13 de outubro de 2020

a lua me chama

 na curva do infinito
a sombra do universo
me traz a mansidão
de quem quer no riso mudo
alcançar as estrelas
sem tirar o pé do chão.

eu me recuso
a ser a resposta dada por educação
eu quero mais, quero
ser a valsa da menina que termina a noite mulher,
ser  o frio na barriga em dia de grinalda,
ser a paz que transcende o abraço deitado.

e no caminho de volta
em uma dessas curvas do infinito
eu quero capotar o meu eu lírico
e ser parte da sombra do universo.

domingo, 4 de outubro de 2020

guarire

o que eu não controlo da vida
não me pertence,
mas o processo que procede o resultado
é tão meu quanto a voz na minha cabeça.

ponderar sobre ela para não ser um covarde insensível
e tampouco um lunático irrefutável,
a intensidade em que me machuco
é a mesma que me regenero.