terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Maracatu de Europeu

Temporária é toda dor
Que cessa em menor contato a alegria
Como se o afago ali presente
Fosse inteira companhia

Fugaz ao mundo pois sensivel és
Efêmera de corpo e alma
Adubando sentimentos bons
Prosperando na malícia da calma.

Somos a nossa própria batalha
Desatando nós, dentro de nós
E procurando a verdade
Para antes de nós, sermos a sós.

Temporário, efêmero e momentâneo
Onde tudo se esvai por entre os dedos
Moderno, atual e contemporâneo
Onde nada se efetiva por frágeis medos

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

A beira de Vaz

Eu sonhava acordado e tinha que pagar pra isso
Eles chamavam de capitalismo.
Mercenários comandavam o fluxo de falácias
E os rebeldes ostentavam a glória do motim
Intrépidos, como quem entrega panfletos no calçadão
E de antemão já espera-se ouvir o não
Deram-se as mãos e chegaram a uma concepção final:
Se por hora pagava-se pra viver e até morrer
Quem pusera preço em nossas vidas?

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Pirulitos

Quando as pupilas dilatam
E se enxerga o invisível
Dos lábios saem o que o inconsciente guardou
E você se descobre mais uma vez
E renasce, reinventa, recria:
O mundo ao redor na mais bela utopia.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

TRÊScendencia

Dizem que não é possível viajar no tempo
E eu bato o pé, digo que posso!
Ora, se não pudesse mesmo
Como estaria meu corpo no presente
Minha mente no futuro
E meu coração no passado?
Deixem de besteira
E no tempo mergulhem
Sentir é viver
E é preciso enquanto vivo ser
Fazer o todo verbo valer.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Tic-tac da minha vida

Eu nunca chego na hora
E tô sempre atrasado
Eu chego depois:
Quando o café esfria
Quando a louça ta na pia
Quando a noite cai
Quando o amor esvai.
Eu nunca cheguei na hora certa
E minha estadia é incerta
Quando eu aprender com os ponteiros
Prometo da paciência ser parceiro.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Pouco a pouca

Quem não se perde 
Num olhar bem dado
Não deve jamais ter te notado;
Enquanto aos olhos trago a boca
Te devoro em partes, pouco a pouca:
Roupa, corpo e alma.

Livre como se estivesse nua
Mas livre sendo só tua.