domingo, 17 de abril de 2016

Corrosión

Ao anoitecer se exibe a aurora
E me sinto menos só, sedento
Por anseios do agora,
O que se reserva é sofrimento...

Não basta viver se não sentir!
E não abstenho-me do amor
E deixa-lo fluir.

Sou a dor de quem já casou a alma
E sofreu aborto prematuro.
Sou toda a calma, que agora fez-se trauma.

terça-feira, 12 de abril de 2016

Sangue dos meus

Meu povo sangra!
De amor,
De dor,
E sobre o terror
Meu povo sangra!
A cada filho que vai antes dos pais
A cada tiro dado em nome da paz
Meu povo sangra...
E a cada facada que leva, se regenera
Ao passo que o ódio o acelera
Meu povo sangra.
Mas um hora isso estanca
E quem sangrará é 
O dono da banca.

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Dos diversos anseios que em alguém habita

Quisera eu não ser só vontade
Em um mundo onde se sacia
Toda a libido em uma só orgia
E se abdica toda a verdade

Pudera eu ser uma entidade
Na qual o povo todo acredita
Seguindo a velha ditadura escrita
Que se derroca em cada divindade

Quisera eu ser dono de mim mesmo
Matar adentro de forma eficaz
Tudo aquilo que não me traz paz
E florescer um novo romantismo

Pudera eu ir bem mais além
Romper os laços e falsos sorrisos
E num pequeno gesto de improviso
Ver a mim dos olhos de outrem.