terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Maracatu de Europeu

Temporária é toda dor
Que cessa em menor contato a alegria
Como se o afago ali presente
Fosse inteira companhia

Fugaz ao mundo pois sensivel és
Efêmera de corpo e alma
Adubando sentimentos bons
Prosperando na malícia da calma.

Somos a nossa própria batalha
Desatando nós, dentro de nós
E procurando a verdade
Para antes de nós, sermos a sós.

Temporário, efêmero e momentâneo
Onde tudo se esvai por entre os dedos
Moderno, atual e contemporâneo
Onde nada se efetiva por frágeis medos

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

A beira de Vaz

Eu sonhava acordado e tinha que pagar pra isso
Eles chamavam de capitalismo.
Mercenários comandavam o fluxo de falácias
E os rebeldes ostentavam a glória do motim
Intrépidos, como quem entrega panfletos no calçadão
E de antemão já espera-se ouvir o não
Deram-se as mãos e chegaram a uma concepção final:
Se por hora pagava-se pra viver e até morrer
Quem pusera preço em nossas vidas?

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Pirulitos

Quando as pupilas dilatam
E se enxerga o invisível
Dos lábios saem o que o inconsciente guardou
E você se descobre mais uma vez
E renasce, reinventa, recria:
O mundo ao redor na mais bela utopia.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

TRÊScendencia

Dizem que não é possível viajar no tempo
E eu bato o pé, digo que posso!
Ora, se não pudesse mesmo
Como estaria meu corpo no presente
Minha mente no futuro
E meu coração no passado?
Deixem de besteira
E no tempo mergulhem
Sentir é viver
E é preciso enquanto vivo ser
Fazer o todo verbo valer.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Tic-tac da minha vida

Eu nunca chego na hora
E tô sempre atrasado
Eu chego depois:
Quando o café esfria
Quando a louça ta na pia
Quando a noite cai
Quando o amor esvai.
Eu nunca cheguei na hora certa
E minha estadia é incerta
Quando eu aprender com os ponteiros
Prometo da paciência ser parceiro.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Pouco a pouca

Quem não se perde 
Num olhar bem dado
Não deve jamais ter te notado;
Enquanto aos olhos trago a boca
Te devoro em partes, pouco a pouca:
Roupa, corpo e alma.

Livre como se estivesse nua
Mas livre sendo só tua.

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Pausa

O silêncio que precede a ação
E reside na concentração
Posterior ao disparo
Maiêutica, momento raro.

O ser pensante tende a morte
Falha ao tentar ser forte
Deposita a fé no verbo
E vomita em gosto acerbo.

sábado, 19 de novembro de 2016

Faísca

Escrevi o que há muito não escrevia
E senti que a saudade me batia
Ousei lembrar de momentos que vivi
E de saudade eu também vim a sorrir

Eu fui demais e transbordei seu coração
E o que sobrou procurou outra canção
Dançando tango na Argentina me encontrei
E quando sai de mim vi o pouco que errei.

Na brasa sem graça de amores pequenos
Onde me sobra vontade de pulsar o viver
Me encanto nos braços do que é sereno

A empatia na essência do nobre querer
Curar com eficácia teu ímpio veneno
Para que alem de ti, eu possa ser.

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Serotonina

Diagnosticado:
Depressão
Baixos níveis de serotonina.
 - Sertão da Quina?!
Se-ro-to-ni-na, está em baixos níveis
 - Isso mata, doutor?
Não, mas também não deixa viver.


segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Enquanto canta, danças

O teu canto me encanta
Quando ecoa pelos cantos
Harmoniza minha alma
E me sinto mais um santo

A tua dança me balança
E contagia em alegria
Organiza minhas partes
Todas elas em harmonia

Enquanto canta, dança
Me seduz sublime essência
Que nos faz ser aliança

Uma chama em emergência
Que alimenta a criança
Concebida na indecência




domingo, 13 de novembro de 2016

Dente-de-leão

E disse em alto e bom som:
 - Você traz paz ao meu coração.
Tão serena que remetia a um dente-de-leão
E causara em mim, o melhor de um turbilhão.

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

[Dever]ia

O meu cuidado que deveria valorizar
O meu jeito bobo de te mimar
A vontade de te ver feliz ao acordar
O desejo sacana de te beijar

As flores que pego para te entregar
Os elogios constantemente para se animar
O ombro de namorado para chorar
A preocupação com seu bem estar

Se isso acima não faz parte de ser namorado
Sou o pior namorado do mundo
Te peço desculpas por isso
Será...que serei um bom marido ?

 Aqui jaz um sentimento de maldade
Tão pura essa alma, que a criança não vê
Que cada palavra mal escrita, cria uma defasagem
No coração de uma idosa que já não crê

Não perca as esperanças
Alexandre O Grande, já foi uma criança
E como nós, também errou
E como Cristo aos trinta e três, apagou

Viveu muitas aventuras esse homem,
Viveu pouco, mas viveu como quis
E não como a idosa que se proibiu a vida
 Por uma crença que alguém diz

Vejo como errado escutar sobre as escrituras
E criticar sem estudar as criaturas
Precisamos sempre de uma boa palavra
Aqui jaz, uma palavra antecipada





terça-feira, 25 de outubro de 2016

peculiaridades

as vezes minha alma fica inquieta
e quando vejo desperta
tudo aquilo que em vão escondo
meus escombros
o que sobrou do meu castelo
o que foi belo
e encobre toda a ironia
da sua tirania
incinera a pulsação de viver
a vontade de no amor crer
e quando a vida leve suspira
toda dor se retira.

terça-feira, 18 de outubro de 2016

en[mar]añado

A bússola desse capitão
Que segue ímpio na embarcação
Só aponta para a forte luz
Que apenas teu riso traduz

É de grande chance se perder
Emaranhar-se em outro ser
Mas com a devida vontade
A redenção será verdade

Para todos aqueles que amam
Para todos aqueles que clamam
O mar traz à tona a vida

Com todas as lagrimas sofridas
Para todos aqueles que clamam
Para todos aqueles que amam

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Chaleur

Você é a aurora da minha alma
O crepúsculo que se alaranja em calma
Meu sol, minha lua e minhas estrelas
Minha noite clara como a luz

Manutenção de sentimentos prediletos
Uma imensidão ao mar de afetos
Quando em cada onda quebra amor
E na areia fica interina dor

O abraço da luz afaga a escuridão
E o silencio dos teus olhos são
A minha preferida coisa empatada
Com todas as outras de ti derivadas

O nosso toque atinge a essência
E longe um do outro somos abstinência
Combustão de uma paixão tão apressada
Que em brasas jaz apagada.


domingo, 9 de outubro de 2016

O que implica em ser um poeta

O grito do desesperado em prantos 
Nega a veracidade ecoada pelos cantos
O que se ouve jamais se vê
E se não vê não há o que crer

Cada um, um universo
A poesia, tem seu verso
Cada dois, um só ferido
A poesia, tem sentido

No côncavo da  minh'alma
Reside o amor e a calma
Que se faz presente 
Quando você em minha frente

Miragem, superficial 
Dois lados, bom e o mau
Paixão, uma dança
Que só dança quem já foi criança.

Soneto da insônia

Um universo inesgotável
Fonte insaciável
Que tem sede de vida
E vive de forma sofrida

O conceito de beleza que concebi
É uma das verdades que recebi
Exerço todo sentimento
Sem fobia de arrependimento

Bem aventurados os que verbalizam
Tudo aquilo que dos lábios deslizam
E são felizes

O que hoje ecoa nos seus pensamentos
Qual deus hoje é seu acalento?
Já cortamos as raízes...

domingo, 4 de setembro de 2016

Jogos imprudentes

Das mulheres que almejo
Você é a que mais desejo
Posto que não é um objeto
Faço-me discreto

Observo tudo atentamente 
E analiso minuciosamente
"Está demasiadamente sozinha,
Ou estas pedindo para ser minha?" 

No excitante jogo dos sinais
Sucumbimos aos desejos carnais
A melhor hora para ser um pecador
Aquela em que não há espaço para dor.

Incinerei-me ao imaginar
O que você pode afagar
Peço desculpas ao santo padre
Pois já não somos santidades.

Veja bem

Veja bem meu bem
Não mais somos os reféns
Dos amores de outrem
Veja bem;

Veja bem minha paixão
Nós não tocamos mais o chão
Quando entrelaçamos as mãos
Sepultamos a solidão

Veja bem minha pequena
Da alma tão serena
Que não cabe no poema
Veja bem minha pequena

Veja bem minha princesa
Veja isso com clareza
Veja que o amor queima toda a incerteza
Veja tanto que verás certeza.

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Petulância

Eu continuo aqui
Ano após ano
De braços abertos para te encontrar
Mas a razão já me consumiu,
Obstruiu.
Construiu
Alguém que não mais crê
Em quem não vê,
Quem se esconde
Acha que é um pique-esconde
Mas é hipócrita
Apareça, rogo-lhe
Mas na sua forma divina
Pois meus sentidos não
São capazes de desvendar
Mistérios

22:41

O que somos nós
Poeira estelar
O que somos nós
Além do verbo amar?

O que nós somos
Além de conexões incompletas
O que nós somos, se não
Pseudo-poetas?

Desate os nós
A curiosidade matou o gato e caça o humano
Desate a nós
E seja livre para o real oceano.

Aprenda a nadar
Num mar que lhe rouba a calma
Aprenda a amar
Alguém que te despe a alma.


segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Ópio

Nas suas póstumas memórias
Que me dão apenas qualidades
Dores de (antigos) amores e glórias
Ofuscam minha pequena idade

Me fez mais forte no imaginário
Onde fui moldado ao seu prazer
Entre comandos em binário
Só me resta ser ou não ser

Na terra que se dão presentes
A vivos, mortos ou inconscientes
A culpa não se faz ausente
De quem ainda vivo mente.

Quando eu for e eu me vou
Eu quero permanecer nesse mundo
E por isso escrevo o que sou:
Um estranho sentimento profundo.

domingo, 21 de agosto de 2016

Grey storm


A sensação da agonia
De poder alcançar e tocar
O nada de mãos frias
Me da falta de ar

As previsíveis falas pairam
Na mesa do jantar
E já não me satisfaz
Ética, moral, amor ou matar

Escolho o amor a morte
E a moral é minha conduta interna
Ética é para alguém forte
E eu vivo debaixo de asa materna.

Queria ter de volta a inocência 
Que todo conhecimento me roubou
Queria viver em total abstinência
Das memórias de quem um dia já me amou.

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Que me perdoem, pt 1.

Cazuza que me perdoe
Mas de amores tranquilos eu quero distancia
Eu quero é a ousadia
De um amor com loucura em abundancia

Que me perdoem os românticos
Que por um alguém
Atravessariam o atlântico
Meu tesão acabaria num instante

Que me perdoem os amantes fieis
Que simplificam o próprio amor
Sem desafio não há competição,
Nem ganhos ou  dor

Que me perdoem todos aqueles
Que não deram certo com seus amores
E serão infelizes com seu passado
Carregado e anestesiado de dores.

Ventania

Eu sou insuportavelmente um mistério
Pós debate filosofico uma pausa cafeínada
Acordes com nona e sétima menor
Acalmam-me para uma nova jornada

O tormento matinal e seu estático cinza:
Um ponto no ponto do ponto que é o universo
Sou eu!
Aqui escrevendo esse verso

Sou de quem é mais meu do que meu eu abstrato
Sou toda a história mal contada
Sou um porta retrato

Sem fotos
Sem lembranças
Sem momentos
Sem saudades

Afinal, a vida é de quem se presta a olhar pro céu
E tropeçar, para entender que sem o inesperado
A vida perde todo o barato.

terça-feira, 2 de agosto de 2016

A metafísica modeladora

Se seu corpo fosse um mar
Nele estaria a navegar
Com intensidade e a todo vapor
Encarando as falácias do amor

Se seu corpo fosse uma chama
A quem só a mim clama
Me queimaria intensamente
Ao te tocar diariamente

Se seu corpo fosse meu
O sonho de um reles plebeu
Que por amores já morreu

Todas as manhãs renasceria
E morrer não me importaria
Ao saber que a ti, sentiria.

Crônicas #1 - A palhaça

Começara o trânsito e de brinde a garoa serena caia, ao freiar o carro pelo engarrafamento, fiz uma avaliação em 180 graus de onde estava: ao meu lado esquerdo uma praça com pequenos quiosques e uma banca de jornais, a frente a fila tediosa de carros e a minha direita o improvável, uma jovem fantasiada de palhaça esbanjando felicidade com seus sorrisos graciosos, estava a fazer animais com as bexigas e doando a qualquer criança que passasse. A primeira garotinha ganhara um cachorro, a mãe agradecera e continuaram seu caminho, agora em três sorrisos. poucos minutos depois ela avistou um garotinho vindo de mãos dadas com a mãe em um tom meio apressado pois a garoa ainda não havia cessado. a rápida palhaça fizera um cachorro novamente, me perguntei se fora por falta de habilidade ou criatividade, mas realmente importava isso? Feito o cãozinho de bexiga ela estendera a mão para a criança pegar e surpreendentemente a mãe recusou. O sorriso dela ainda estava ali mas fora diminuindo pausadamente até ficar um pouco sem graça. Agora é a questão que realmente importa: porquê uma mãe rejeitaria uma pequena oferta de felicidade ao seu filho? ate onde sei não conheço restrições religiosas para bexigas fofinhas. A mãe estaria num mal dia? Qualquer pessoa que recebe um sorriso gostoso já melhora seu dia. O que a final, pode ter acontecido? Nunca saberei. O que me recordo bem é após terem passado da pequena palhaça a mãe apressou o passo e a criança como uma coruja com sua cabeça virada para trás, sem entender o que acontecera, seguiu tentando acompanhar os passos largos de sua mãe, com o olhar brilhando pelo seu quase presente ganho.

segunda-feira, 25 de julho de 2016

be quiet

wash my soul 
and burn me inside
in a blackhole
we forget the pride

we cut our wings
and deny our holiness
we buy miserable things
to fill the loneliness

then you came
and showed
that there's no blame
in the sin's road

forgotten by the gods
and searching for something
looking for the odds
we found nothing

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Amor Humano


Fico vulnerável
Quando se trata de amor
Amáveis pessoas
Que suportam a dor
Não sei se as que mais amam
São as que mais sofrem
Só peço um mísero favor
Não tragas junto a ti, morte
A morte do amor e esperança
Pois o mundo é muito belo
No olhar de uma criança
E assim eu quero ficar
por muito tempo Permanecer
Pois quando a fase baixa chegar
Eu não quero perecer
Vejo o mundo com os olhos de crianças
Quando se trata de viver
Só pretendo demonstrar que é puro
O quanto eu quero viver

Postura

Se sua voz é doce
imagina teu beijo
É como provar do céu
E torná-lo Um desejo

Sei que sou dramático
Faço muitos dramas
Mas é pra ganhar você
E não um Oscar

Você me atraiu
Pela sua mente
Atrações físicas
São só uma semente

A árvore está plantada
Estamos colhendo amor
O Outono está chegando
Folhas caídas, são as que levam a dor

Diversificação

Sou um poeta ultrarromântico
Da 2ª geração
Te escrevendo Meus poemas
Penso em meu coração

Normalmente é egotismo
Só pronome Eu
Mas, com você é diferente
Penso até em Deus

Descontrolado emocionalmente
Não consigo evitar
Meu amor é só seu

Com influência de Gonçalves dias
Meu futuro era incerto,
Já com você ao meu lado,
Lord Byron é um inseto

Não quero nada negativo
Eu sou aqui ultrarromântico
Quero um amor muito recíproco
Como a paixão de dois amantes

Com o pé no realismo
Estamos chegando lá
3ª geração do romantismo
Castro Alves vai chegar

Poemas da atualidade
Social e bem direto
Ainda um pouco descontrolado
Pode haver um amor incerto

DANGER

Você achará estranho, não sei se vai te incomodar
Mas hoje depois da aula
Não pego no telefone nem pra te ligar
Estou com a cabeça cheia
Mal prestarei atenção na aula
Enquanto isso não sair de mim
Adoecido psicologicamente eu ficarei
Não sou muito estável
E tenho medo de te perder
Pareço poemas trovadorescos
E cantigas de maldizer
Um pouco de poema de amigo
Talvez um pouco de amor
A idealização da mulher perfeita
No romantismo pra mim é uma flor
Fugi totalmente do tema
Mas isso não faz mal
Escrevo os Meus sentimentos momentâneos
De acordo com meu ideal
Deixei bem expositivo
E pareceu contraditório
Minha cabeça é um explosivo
Isto se torna notório

7 dias fora de casa


E cada vez que eu te vejo Forma em mim uma saudade Incontrolavelmente eu quero o seu beijo Que quando parto a dor invade Não quero mais partir Não quero mais te deixar Não quero abraçar o travesseiro E seu corpo ter que imaginar Eu quero estar presente Eu quero estar na tua cama Eu quero nos dois bem juntos Ambos nus, ou de pijama Eu quero te dar alegria Eu quero te dar prazer Quero lhe dar um beijo Toda vez que eu te ver

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Enhorabuena

Entre a sanidade e a audácia
Há falácias
Incompreendias por aquele que não questiona
E abandona
A liberdade inata que herdou
E não perdoou
Aquele cujo nome é santificado
Sagrado

No mar da vida há marés
No amar da vida amares

Toda onda conturbada
E de força insaciada
Desaparece ao se juntar
No azul cristal do mar

Uma alma tão pesada que não toca o céu
Um coração ferido que não se regenera
Do martírio ao demonstrar a emoção
Em vão
Para aqueles que não são.

sexta-feira, 24 de junho de 2016

Regisseur

Marcas do homem na história
Forjadas ao som de vitórias
Guerra e paz, amor e ódio
Não passam de um episódio.

Dizem que o roteiro é todo dirigido
Por um ser divino ungido
Que afaga todo ser
Que em vida nele crer.

A dúvida corrói
E a sabedoria se constrói
Onde o que é certo foi ditado
Encargo algum foi acabado.

Ao fechar vossas cortinas
O escuro mira a retina
E ficamos tempos sem saber
O que há de acontecer.

Temporário

Amanhã é outro dia
A esperança se renova
A felicidade se inova,
Amanhã é um novo dia.

Daqui um mês, talvez
A gente se esqueça
Ou finja e pareça,
Daqui um mês, talvez

Para além de um ano
Promessas serão quebradas
E a vida será pesada,
Isso, para além de um ano

Ao fim da década
Seremos a geração passada
Da tecnologia ultrapassada,
Ao fim da década.

Ao fim do século
Já terei-me ido
Com a certeza de algo sentido,
APENAS ao fim do século

No milênio
Não faço ideia do presente
E o poema? será o inconsciente,
No milênio

Marcas do homem na história
Forjadas ao som de vitórias
Guerra e paz, amor e ódio
Não passam de um episódio.

domingo, 19 de junho de 2016

Redhead

Hoje eu vou dormir mais cedo
Interrompi nosso enredo
Não por qualquer mal
E se quer por ser banal

Onde com força acendeu
Com a mesma força ela morreu
A chama que nos foi dada
De nós também foi retirada

Procura-se o culpado
Desse esboço inacabado
Recompensa: o amor
Desse ilustre beija-flor

Que passou pela minha vida
Totalmente extrovertida
E mostrou com o seu riso
A amostra de um paraíso.

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Erosão

"O que foi que eu me tornei?"
Se perguntava toda noite
E cada pergunta era um açoite
"Onde foi que eu errei?"

Escravo da vida era
E não se havia a alforria
A cada primavera
Um suicidio acontecia.

Se não faltava comida
Faltava paz
Faltava os pais
Faltava vida.

Um corpo que não respondia
O que se perguntava
Uma alma já vazia
Onde não se habitava.

quinta-feira, 9 de junho de 2016

∞ Peças


Te conhecer foi importante
Pois descobri um quebra cabeça
E que o problema de não dar certo antes,
Foi que eu estava perto demais para ver a imagem que se formava

E só distante
Fitando entre as pequenas peças
Tive uma experiência incrível
Me apaixonei de maneira inesperada

Hoje vejo formada a imagem
Do que eu chamo de futura mulher
é como observar um complexo quadro
com a beleza das dunas de marapé

Não precisei te decifrar no exato momento
Deixei os nossos momentos revelarem qual era a peça certa
E depois de outros momentos
Queria que fosse minha namorada
[...bem depressa

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Soneto do verbo

A dor que eu adestrei
Os acúmulos do que errei
Aquele sorriso falso
Sobre a solidão descalço.

A fé que eu abstive
E a esperança em declive
Todo aborrecimento
Sinônimo de pensamento

Tornar-se-ia invisível
Se não fosse o seu crível
Uma pequena chama incrível

Que musicou toda história
Semeou dores e glórias
Num caminho estreito de vitórias. 

quarta-feira, 4 de maio de 2016

O silêncio em seu sinônimo

Quando a boca se cala 
E se faz refem a fala
A alma não atura
E se esvai da criatura.

Quando se omite o ato
Seja de bem ou abstrato
O coração se endurece
Feito gesso, enrijece.

Quando não se inala o amor
E não se expira toda a dor
Nosso frágil corpo perece
E nossa mente adoece.

Quando se e não obstante
Fazer do momento, importante
Jaz aqui todo o afeto
Que fez-se em mim desde um mero feto.

domingo, 17 de abril de 2016

Corrosión

Ao anoitecer se exibe a aurora
E me sinto menos só, sedento
Por anseios do agora,
O que se reserva é sofrimento...

Não basta viver se não sentir!
E não abstenho-me do amor
E deixa-lo fluir.

Sou a dor de quem já casou a alma
E sofreu aborto prematuro.
Sou toda a calma, que agora fez-se trauma.

terça-feira, 12 de abril de 2016

Sangue dos meus

Meu povo sangra!
De amor,
De dor,
E sobre o terror
Meu povo sangra!
A cada filho que vai antes dos pais
A cada tiro dado em nome da paz
Meu povo sangra...
E a cada facada que leva, se regenera
Ao passo que o ódio o acelera
Meu povo sangra.
Mas um hora isso estanca
E quem sangrará é 
O dono da banca.

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Dos diversos anseios que em alguém habita

Quisera eu não ser só vontade
Em um mundo onde se sacia
Toda a libido em uma só orgia
E se abdica toda a verdade

Pudera eu ser uma entidade
Na qual o povo todo acredita
Seguindo a velha ditadura escrita
Que se derroca em cada divindade

Quisera eu ser dono de mim mesmo
Matar adentro de forma eficaz
Tudo aquilo que não me traz paz
E florescer um novo romantismo

Pudera eu ir bem mais além
Romper os laços e falsos sorrisos
E num pequeno gesto de improviso
Ver a mim dos olhos de outrem.

quinta-feira, 31 de março de 2016

Saudosista

Saudade é saudar o passado que não voltará
Saudade é o que foi e nada além do que será.
Será?
Navegante nesse destemido mar
Que fez-se ponte ao meu formoso lar,
O meu lugar.
Sinto saudade do que não vivi
E anseio tanto que escrevi aqui
O que não senti.

terça-feira, 29 de março de 2016

Prece

Que em seu dia não falte amor
Como um dia faltou no meu
Que só quis ser um bem seu
E hoje é bem mais que um sonhador

Que o sangue que flue em sua artéria
Seja mais intenso e adocicado
E um tanto menos amargurado
Que o da sua veia em miséria

Que se faça sol onde só há sombra
Mas não deixe de chover um só dia
Que é pra florescer a alegria
De quem só se faz a lombra

E que ainda além possa enxergar
O amor que nas pessoas se dissipa
E que com medo antecipa
A amputação no verbo amar.

domingo, 20 de março de 2016

Anjo caído


O espelho refletiu a alma
que com calma esvaiu-se,
no tom mais gentil
evaporou graciosamente

O peso da culpa permanecia
e ensinava a etica
dia após dia
a criatura fez-se o criador

Asas volumosas que pairavam 
sobre o ar, ostentava a liberdade
de quem sabia voar
graciosamente anexava-se ao azul do mar

Reconheceu a água mas não sabia nadar
e por opção, decidiu então:
"quem já tocou o céu
não vai mais sentir o chão."

terça-feira, 15 de março de 2016

Por si só

Me dê a mão e me tire do tédio,
Do cotidiano,
E do assédio
Que é ter a solidão por perto;
Venha!
Chegue mais perto...
Ela se afasta quando te faço a lenha
Que ascende,
Que acende
A chama que liberta,
E queima
Incendeia
Todo aquele meu vazio
                                                  [sombrio

domingo, 13 de março de 2016

A véspera

Prestes a dezoito primaveras.
Nada muda, mas agora posso
Posso como nunca antes pude
Mudar o que mais acho rude
Posso ir mais além
E acabar com o que me detém
E não obstante
Permanecer no posto de almirante
Da minha própria alma
Que navega com calma
Nesse mar, que é 
Amar



Transceder

Quando não mais te procurar
Sei que de algum modo aparecerá,
Nascerá
Viverá
E morrerá
Então eu hei de te procurar
Novamente
Em uma nova mente
Onde já não serei mais só líbido
Nem parte do fruto proibido,
Chega de ser pouco... Basta!
Seremos o esporádico crepúsculo
Que nós reúne
O deslocamento dos nossos corpos que na cama
Nos une
Do pecado aos olhos do pai, de mãos atadas
Impunes.

terça-feira, 1 de março de 2016

Deixar-lhes-ei

"Não deixeis cair em tentação"
É só mais um valor invertido
Não deixeis cair em humanização
Deixar-lhes-ei de coração partido.

Se o fruto proibido fosse a maçã
E não nossa sabedoria
Acordaria pela manhã
E fome não sentiria.

Fome de comer,
Fome de saber...
A minha fome mesmo é de viver.

Sentindo o nosso calor
E aproveitando o teu sabor
Não há espaço para além do amor.

sábado, 20 de fevereiro de 2016

Doente de amor

Meu coração tá acelerado 
Pela primeira vez eu não sei o que fazer
Não consigo explicar o que eu sinto
Talvez não tenha como te dizer 

É uma coisa muito estranha
Me chamariam de carente 
Mas por eu nunca ter recebido"amor"
Acredito que fiquei doente

Tento expressar anos de amor que não pude dar
Querer o mesmo de volta é tolice
Mas Cada um ama de um jeito
Muitos outros, de migalhice  

Sinto-me só,
mesmo com companhia 
Sem você do meu lado
Parte de mim está vazia 

Sei que nunca vai ler,
Pois esse poema  eu não vou lhe mostrar 
Só peço que retribua 
O amor que quero lhe dar 


quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

viridário




Boa noite Cinderela 
Musa dos poetas
Bem mais Que uma donzela
 até meia noite, andai sem pressas 

Tão bela 
Como um raio de sol no prisma do diamante 
Tão ela
Sempre cheia de vida, sempre tão linda e elegante 

Como um feitiço do amor,
Minha ideia era bem maliciosa 
Não procurando uma dor
Furaste o dedo, numa bela rosa 

E conto mais 
Sem me arriscar? Jamais! 
Por algumas  rosas,
Suportamos a dor
                   [...por algo a mais  

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Lobotomia

Perdi meu chão, e já não tenho mais o céu.
Me sinto flutuando no espaço
Preso como um réu
Nas grades revestidas de aço
Hoje me refaço
E não olho para trás
Me liberto
Voo ao céu aberto
Sem limites sigo são
Ao descobrir que minha mente
Já não é mais minha prisão.

Tem gente

Tem gente que vem
E também gente que vai
Tem gente que foi mais além
E de nossa vida não sai.

Tem gente que se importa
E também quem não liga
E nenhum suporta
A dor da partida.

Tem gente que sente demais
E também os que faltam sentir
Talvez quem sinta mais
Viva assim para suprir.

Tem gente que é como a gente
E sente o mesmo tanto que a gente
Se importa e também liga
Mas não é gente que me faça contente.

domingo, 7 de fevereiro de 2016

Momentum

 Inspire, segure sua respiração por 3 segundos e respire de forma padrão agora. À partir dai estamos prontos para começar.
 Quantas vezes você se viu sem as suas máscaras? Aquelas que você poem quando sai do quarto quando acorda e só tira quando está cansado, ao fim do dia, exausto do seu trabalho físico ou mental. Quantas das vezes que você se viu, percebeu que não era quem realmente queria e mesmo assim levou a vida como se pega um folheto aleatório na rua do calçadão? Quem é você quando está sozinho? Quando ninguém vê?
 Sou poeira estelar para uns, sou a pessoa perfeita para outros, sou o amigo que fala a verdade para uns, sou carne e osso para outros, sou hormônios e processos químicos para uns, sou desconhecido para outros. Todos são limitantes de tal forma que são adjetivos. Quando pergunto quem é você, não peço um adjetivo, eu me referia a sua pessoa, quem ela realmente é quando não se há mãos que te moldem e quando se é livre o suficiente para não ter o recalque*.
 Ao fim do indagamento, lhe sugiro outro, o que é a vida? Se me responder de forma serena, cultuado será de forma monoteísta, não obstante aviso que tenho espirito nietzschiano e costumo caçar deuses falsos.
 Quem sofre com a angustia de ter escolhido pensar em um mundo laico, que não espera céu, e de bônus não queimará em qualquer lugar que seja, também é perturbado pela sensação de liberdade, pois não há mão que julgue seus atos além de você e talvez eu tenha revelado alguns segredos mediáveis aqui:
 Foi imposta a existência de um deus para que fosse respondidas nossas perguntas e anseios quanto a o que vem após a vida, baseando-se em cima dessa interpretação e reforço que a sabedoria é câncer da humanidade. Um câncer, pois não há cura, em vão tentam nos entreter com pão e circo, mas cada vez mais, cada ano mais nos vemos em um mundo liquido* onde não nos solidificaremos.
 Posto o câncer da sabedoria, não me resta pensar em algo a não ser que fomos um beta test ou criados pelo acaso, pelas condições e fatores ao longo desses milhares de anos. Ao longo de infinitos planetas e infinitas galáxias nós nos tornamos isso e não seremos mais do que somos: câncer de um planeta mal sucedido, ou simplesmente um adjetivo.



* Ato ou efeito de recalcar, de dominar, de concentrar, de reprimir aspirações, desejos, instintos.

* Líquidos mudam de forma muito rapidamente, sob a menor pressão. Na verdade, são incapazes de manter a mesma forma por muito tempo. No atual estágio “líquido” da modernidade, os líquidos são deliberadamente impedidos de se solidificarem. A temperatura elevada — ou seja, o impulso de transgredir, de substituir, de acelerar a circulação de mercadorias rentáveis — não dá ao fluxo uma oportunidade de abrandar, nem o tempo necessário para condensar e solidificar-se em formas estáveis, com uma maior expectativa de vida. (Conceito do sociólogo Zygmunt Bauman)

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Loucamente racional

           Lá estava eu, deitado sobre o sofá, com um copo de café e um bom livro de poesias. Um pouco antes de começar meu delírio, lembro que o livro disse pra mim:
     " - Eu sinto muito."
    Com o tempo, nessa pequena sala do sanatório, percebi que ele não estava se desculpando. percebi que ele não estava se desculpando. E percebi que eu gostaria de saber, muito mais do que eu sei sobre as pessoas desse mundo, e seus corações frios, copos cheios como assim como vejo nas novelas, na televisão dessa pequena sala do sanatório.  Aaaah seres humanos...sempre enchendo o coração com coisa errada, sempre procurando a solução noutro problema, sempre planejam a vida, mas se não sair como eles esperam, eles se sentem tão tristes. Será que eles nunca ouviram que:
     " - quanto mais se planeja,  menos as coisas saem do jeito que planejaram. "
       Até eu, nessa pequena sala, percebo que o mundo está em falta de sentimentos, e queria eu, ser o autor desta ação, que tocaria o coração dessas pessoas. Mas quem me ouvirá? Quem acreditará, num louco como eu? Talvez Platão esteja certo, o amor é uma doença mental, e eu sou racionalmente louco. 

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Asas quebradas

Habitada no âmago do pulsante
Que não se fez além de figurante
Há alguém que foi protagonista
E trocou-se à bravo antagonista

Está lá, 
Não se vê mas se sente
Estava lá,
Mas seguiu em frente.

Foi o que tinha que se ser, seria de ser o que mais? E se fosse algo mais, a resposta é que não apenas seria

Experiência de um já falecido




O legal da vida 
É ela não ser perfeita 
Já pensou em não planejar 
Ela por inteira?

Aprenda a viver
Aprenda a sorrir
Aprenda a amar 
Pois quando vivia, eu aprendi!

É tão legal se surpreender
Achar quem nos faça sorrir
Tente não se prender 
A solidão pode te ferir

Busque conhecimento 
Procure ser feliz 
E não caia no esquecimento 
De um coração 
            [ que já te quis.