terça-feira, 2 de agosto de 2016

Crônicas #1 - A palhaça

Começara o trânsito e de brinde a garoa serena caia, ao freiar o carro pelo engarrafamento, fiz uma avaliação em 180 graus de onde estava: ao meu lado esquerdo uma praça com pequenos quiosques e uma banca de jornais, a frente a fila tediosa de carros e a minha direita o improvável, uma jovem fantasiada de palhaça esbanjando felicidade com seus sorrisos graciosos, estava a fazer animais com as bexigas e doando a qualquer criança que passasse. A primeira garotinha ganhara um cachorro, a mãe agradecera e continuaram seu caminho, agora em três sorrisos. poucos minutos depois ela avistou um garotinho vindo de mãos dadas com a mãe em um tom meio apressado pois a garoa ainda não havia cessado. a rápida palhaça fizera um cachorro novamente, me perguntei se fora por falta de habilidade ou criatividade, mas realmente importava isso? Feito o cãozinho de bexiga ela estendera a mão para a criança pegar e surpreendentemente a mãe recusou. O sorriso dela ainda estava ali mas fora diminuindo pausadamente até ficar um pouco sem graça. Agora é a questão que realmente importa: porquê uma mãe rejeitaria uma pequena oferta de felicidade ao seu filho? ate onde sei não conheço restrições religiosas para bexigas fofinhas. A mãe estaria num mal dia? Qualquer pessoa que recebe um sorriso gostoso já melhora seu dia. O que a final, pode ter acontecido? Nunca saberei. O que me recordo bem é após terem passado da pequena palhaça a mãe apressou o passo e a criança como uma coruja com sua cabeça virada para trás, sem entender o que acontecera, seguiu tentando acompanhar os passos largos de sua mãe, com o olhar brilhando pelo seu quase presente ganho.

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