segunda-feira, 6 de maio de 2013

O pensamento de um homem sem nome

Naquela noite perante o mar imenso que o cercava, nada mais lhe restava além de sua medalha (a que ganhara de sua mulher) e seus pensamentos tão distantes que nenhum outro ser ali perto era capaz de chegar onde ele estava. Pensava somente que, se saísse dali com vida, voltaria rico daquela jornada e faria assim sua família mais feliz, e faria pela sua filha o que seu pai não fizera: apoio.

Não pensastes que fora por amor ao medo que se tornara um navegante, pensastes?

O que ele queria mesmo era abrir o peito, carregar um escudo e empunhar uma espada. Decepar cabeças, ver o sangue esguichar continuamente até não restar mais uma gota. A glória era o que esse homem mais queria, e por ela faria de tudo (se fosse ensinado a isso), mas por falta de alguém que o encoraja-se, como seu pai (homem que vivia escondido das leis, roubando e matando como se não houvesse um julgamento) se tornara um tripulante que não percebia mas fazia igual a seu pai de uma forma diferente o seu objetivo: ter ouro. 

Homem da esquerda nunca passa pra direita?

Logo, aquela breve epifania tinha passado junto dela uma lagrima também se foi, talvez pelo frio, talvez pelo dinheiro, pelo ouro, pela riqueza que não podia acontecer, mas também, talvez pela família que fora a unica coisa que soube amar...

"Um instante eterno,
Não cabia ali,
Mais que um inferno,
Não cabia em si.

Logo caiu,
O que o destruiu,
No mar agora se encontra,
O que ele faz e apronta"

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