quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Mesóclise

Amar-te-ia se assim já não fizesse e
A Marte ia ainda que não quisesse,
Mesóclise arcaica e extremos pueris bela
Só não mais graciosa que o sorriso dela.

quinta-feira, 11 de julho de 2019

Polaroid

Eu me despi
E fui assim como nasci
Me entregar para você
Como quem não tem nada a perder - e eu não tinha mesmo -

E ganhei
Mais do que sonhei
Eu vi, vivi e senti a vida
Pelos braços que me afagaram

No abraço apertado,
No beijo com o tempo parado
O universo inteiro cabia ali
E eramos apenas nós

Não tínhamos muito
E assim muito foi conquistado,
Aprendido e amado,
Revelado.

terça-feira, 9 de julho de 2019

patrono apático

do alto do meu convés:
vi caucasianos se declararem superiores
e banharem em sangue os pavimentos do navio
que outrora foram construídos pelos que ali foram açoitados

do alto do meu convés:
eu vi ambos criarem e nutrirem deuses
e sem resposta, amaldiçoa-los e 
buscarem em si as respostas que os corrompiam

do alto do meu convés:
eu vi a ascensão de uma espécie 
e sua total derrocada...

eu vi e sorri, do alto do meu convés:
o naufrágio dos egoístas no réquiem agoniante
de seus alaridos irritantes.


domingo, 23 de junho de 2019

apophis

sometimes I see my demons
and I watch them giving their best
to see my worst,
just for fun...

in the edge of my thoughts
from the ends to the center,
I desire with all my strength:
fire.

to reborn
more hopeful,
stronger
and clever.

thats all I want
thats all I really need.

terça-feira, 21 de maio de 2019

nihilist poem

o silêncio que me invade
me rende,
e abre espaço ao existencialismo colossal
que se entranha no meu corpo
e se dissipa 
contaminando toda minha fé 
e esperança no amanhã.

terça-feira, 14 de maio de 2019

postergado ato

nos desprendemos e nos entrelaçamos:
do colo da mãe ao peito da amante,
rompemos os laços que criamos
na fantasia do ideal de nós.

a vida nos dá 
como quem vislumbra o horizonte,
e nos tira 
como quem logra em queda livre

seria sádico
ou seria belo?
o agridoce presente na essência da alma
naturalmente se desenvolve...

a vida no final há de ser isso:
uma criança que
brinca sozinha
de gangorra.

domingo, 14 de abril de 2019

olhar de rede

um olhar de rede
que pega qualquer peixe
e não se vive mais de amor em sede,
afogados e
respirando
a paixão do deleite.