terça-feira, 14 de janeiro de 2020

O velho pub, 1889

Acorde,
enxague o rosto, vista seu melhor sorriso e enfrente o mundo!
Ou não.
Permita-se acordar gradativamente e que as remelas esvaiam-se gentilmente da concavidade dos seus olhos. Mas não esqueça de lavar o rosto, isso é importante.

Defronte a manhã seja ela ensolarada ou cinza-nublada,
Permita-se apreciar, sentir, existir e viver
E agora a pensar: o que você faria?
Faça ao contrário dessa vez, e faça porque você pode.
Pegue outro caminho para casa,
Beba outra cerveja, aquela que nunca bebeu,
Sorria nefastamente para o desconhecido, para o nada, para o inimigo!

"Irene, traga-me a melhor bebida que tiver!
Ou a pior... Ou apenas a que meu dinheiro puder comprar, tome, aqui! Apenas traga-me. Obrigado!"

Saia em plena terça-feira, chame os amigos e vire a noite como quem não tem nada a perder além da vida não vivida e seja livre. Tão livre para ter a paz de se emaranhar ao cobertor e hibernar pelo final de semana inteiro, sem qualquer badalação e que isso não corrompa o âmago da sua paz.


Combine amarelo com roxo, verde com vermelho. Faça um carnaval com o seu corpo.
Ou saia trajado inteiramente de preto, de luto, está tudo bem também.

"Irene? O que houve com meu copo que retornou vazio? Ora pois, essa mulher me deixa com os olhos semicerrados."

Estude, trabalhe, viaje o mundo e não necessariamente nessa ordem. Plante mandiocas, alfaces, arvore de acerola - Ah, quem resiste a um bom pé de acerola?
Duvide! Duvide de si, duvide do outro, duvide de tudo e até do ceticismo. 
Caia no abismo da dúvida, pois ela é o preço da pureza e arranque seu maior voô para os braços quentes de quem te acompanha desde pequeno.

Ajuste a cadeira, cuidado com a postura.
Volte alguns versos, leia com entonação e atenção. Ou apenas continue.

"Senhor? Não era sobre isso que falava? - e riu discretamente, antes de desabotoar o avental que cairá ao chão e ir embora."

Eu saboreio a vida como quem se flagela com os próprios erros.
No final - se é que há final - o preço da vida é 
único e exclusivamente
ser protagonista das minhas decisões. Certas ou erradas, apenas um ponto de vista

"Adeus, Irene, adeus!"




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