domingo, 21 de maio de 2017

Claquete

Minha alma sorri na presença da tua
E se arca
Ao compasso da lua
São fases que vi 
E nunca vivi
A harmonia que traz
Exala e a faz
A mulher que atira 
Sussurrando paz
No meu peito sua mira:
É onde satisfaz.

quarta-feira, 17 de maio de 2017

Olhos cheios

Com os olhos de quem sabe amar
Ela me devora
em sorrisos precisos
Que nos fazem suspirar
Sintonia em ascensão
Alma roxa plana o chão
De tanto rir vejo emergir:
Indefinido,
À surgir.

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Nó na garganta

Ar e a sua falta
Sufocado, mal respiro
A alma da um suspiro
Mas não levo alta

Em qualquer momento
A asma ataca a alma
E não há pedidos de calma
Que afague o sofrimento

O coração pulsa em cada batida
Sugando a pouca energia vital
Transformando em existencial
Cada esboço mental sobre a vida

Nesse exato espaço de tempo
Não se enxerga mãos amigas
Que aqui só são estendidas
Quando a ajuda é um passatempo

terça-feira, 25 de abril de 2017

Recado

Aos pombos do amor
Que se contentam com migalhas,
Que voam baixo e não saem do chão
A esses vos digo:
Morrerão virgens de uma grande paixão.

quinta-feira, 20 de abril de 2017

Poetochefe

Tempera minha vida
Com pitadas de você
Joga algumas doses de sorriso frouxo,
Uma porção de palavras boas
E um pouco desse olhar mal intencionado
Mexe bem até ficar no ponto
E ferve tudo em sentimento.
Adicionar a gosto cada desejo mútuo,
Cada anseio e medo, para um efeito agridoce.
Prato da Felicidade, degustar sempre à dois
Para nutrir o agora 
E o depois.

domingo, 16 de abril de 2017

Expurgo I

O silêncio que sucede o barulho
Traz consigo o repouso da alma
Para o sossego do ser inquieto
Que já não mais logra a calma

No vazio que emana o ambiente
Faz-se levada criança curiosa
E a coragem agora presente
Intermedeia a breve prosa.

quarta-feira, 12 de abril de 2017

Abstrato

Calmo como uma bomba
Em mais uma tarde vazia
Pronto pra explodir
E pintar as paredes com o que sentia

Perdido no contorno
das minhas dúvidas
O câncer da minha alma
é o desejo insaciado

Palavras que não machucavam
Hoje enterram-me
Na cova que eu abri,
por não me abrir.

Mais ansioso que um quadro em branco
Esperando pelo primeiro risco
Aquele que rasga a alma
E ao sentir, chamo de cisco.